Reconstruir músculos após grande perda de peso: por que isso importa e como fazer da forma certa

17 de novembro de 2025

Quando alguém passa por uma perda de peso muito grande — especialmente quando há redução de massa muscular — o verdadeiro desafio não é simplesmente recuperar o peso, e sim reconstruir o tecido certo.

O educador físico Márcio Atalla, embaixador da Relaxmedic e especialista em treinamento de alto rendimento, explica que o impacto da perda muscular vai muito além da estética: ela afeta diretamente o metabolismo.

A perda muscular e o “preço metabólico”

Emagrecer rapidamente pode até parecer um resultado positivo, mas quando boa parte desse peso perdido vem do músculo, o organismo sofre.

“O tecido muscular é metabolicamente ativo, enquanto a gordura é um tecido muito menos exigente”, destaca Atalla. Isso significa que, quanto menos músculo, menos energia o corpo consome ao longo do dia, o que desacelera o metabolismo.

Segundo ele, dietas extremamente restritivas ou condições de saúde que provocam emagrecimento acentuado tornam essa perda de massa magra ainda mais comum. “Quando a perda muscular é grande, a redução no gasto energético basal é inevitável”, afirma.

O perigo de recuperar o peso da forma errada

O problema se torna maior quando acontece o famoso “efeito sanfona”.
“Atalla alerta: se uma pessoa perde 15 kg e depois recupera esse peso, é muito provável que a maior parte volte na forma de gordura, não de músculo.” Isso altera a composição corporal e compromete diversas funções do organismo.

Por que o músculo é tão valioso?

A diferença entre músculo e gordura é expressiva:

  • 1 kg de músculo gasta cerca de 40 calorias por dia
  • 1 kg de gordura consome apenas cerca de 8 calorias

Ou seja, o músculo exige aproximadamente cinco vezes mais energia para se manter. É por isso que ele é tão importante para manter o metabolismo ativo.

Como recuperar a massa muscular perdida

Reconstruir a massa magra não depende apenas de comer mais — envolve uma estratégia combinada de treinamento e alimentação.

1. Exercícios certos

“Atividades que estimulam diretamente a musculatura são essenciais”, explica Atalla. Entre elas:

  • Musculação
  • Pilates
  • Treinos funcionais

Esses estímulos criam pequenas microlesões no músculo. No processo de reparo — quando o corpo reconstrói essas fibras — ocorre o crescimento muscular.

2. Alimentação adequada

A proteína é peça-chave nesse processo.

Consumir a quantidade adequada ao longo do dia fornece os “tijolos” necessários para reconstruir o tecido muscular. “Mas só proteína não resolve. O músculo precisa ser acionado pelo exercício para que esse nutriente seja aproveitado”, reforça o especialista.

O tempo de recuperação varia conforme o histórico e a condição física de cada um, podendo levar semanas ou até meses — mas os resultados chegam com constância.

Foco na recomposição corporal

Mais do que olhar o peso na balança, Atalla recomenda atenção à qualidade desse peso.
“É totalmente possível recuperar o músculo perdido. Isso traz mais energia, mais saúde e um metabolismo mais eficiente”, afirma.

Prevenir ainda é o melhor caminho

Para Atalla, evitar ciclos de perda e ganho de peso é fundamental — principalmente quando envolvem perda de massa muscular. Mas, caso isso já tenha acontecido, ele deixa uma mensagem importante: é possível reverter a situação.

“Com acompanhamento e disciplina, o corpo responde. O importante é não desistir.”

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